Acesso: O Novo Capital do Luxo em 2025
Imagine entrar em um hotel cinco estrelas, vestindo um traje de alta-costura que será devolvido amanhã, saindo de um supercarro que você não possui, para uma degustação privada em um museu após o horário – tudo conquistado pelo privilégio do acesso.
Essa cena resume uma virada de paradigma no mercado de luxo contemporâneo: mais do que possuir objetos caros, o que define status hoje é ter acesso a experiências e círculos exclusivos.
Estamos assistindo ao deslocamento do valor – da posse para o pertencimento.
Acesso é o novo capital simbólico do mercado de luxo.
É o direito de estar onde poucos entram.
É o convite restrito, a antecipação de uma coleção, a possibilidade de viver algo que não está à venda para o público comum. Acesso é receber uma peça antes do lançamento oficial. É participar de um jantar privado com um designer. É ser lembrado pela marca – não como cliente, mas como parte da sua comunidade silenciosa. No luxo, acesso não é um benefício. É a recompensa.
78% dos Millennials dizem que preferem gastar com uma experiência transformadora a adquirir um bem material.
A Economia da Experiência em Dados
O “luxo experiencial” deve representar mais de 35% de todo o mercado de luxo até 2030.
No Brasil, 81% dos consumidores de alta renda enxergam essas experiências como parte do seu autocuidado. Em paralelo, o mercado de revenda de luxo atingiu US$ 47 bilhões em 2023 e cresce mais do que o mercado primário. Alugar, compartilhar e revender não são apenas práticas sustentáveis – são também novas formas de acessar o luxo.
Criar círculos fechados, e não abrir vitrines.
Ferrari oferece alguns modelos somente por convite. Harrods lançou um clube fechado em Xangai com apenas 250 membros, com anuidade de até ¥250 mil.
Já a Rolls-Royce desenvolveu o app Whispers, com experiências inatingíveis para o público comum: expedições na Antártida, circuitos privados e customizações extremas.
O luxo se tornou ecossistêmico
Bulgari, Armani e Cartier migraram para a hotelaria. Louis Vuitton e Prada criam experiências culturais, museus, clubes temporários e pop-ups.
Gucci se apropria da própria arte. Fendi investe em gastronomia.
Marcas deixam de ser fornecedoras de produtos para se tornarem curadoras de estilo de vida.
O acesso se tornou centro estratégico de luxo
“Quem pode entrar?” O luxo em 2025 exige pertencimento, visão de mundo, entendimento cultural.
As marcas mais desejadas serão aquelas capazes de desenhar acessos raros, íntimos e emocionantes. A posse segue relevante, mas é o acesso que ativa o imaginário, a memória e a lealdade.
O futuro do luxo será vivenciado, lembrado e reservado para poucos. Sua marca está preparada?
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Tamara Lorenzoni é consultora de negócios especialista no mercado de luxo e alto padrão.
Com formação internacional pela Domus Academy (Milão) e Regent’s University (Londres), atua com pesquisas de mercado, planejamento estratégico e gestão de marcas. No setor de hospitalidade, apoia hotéis, resorts e propriedades exclusivas no desenvolvimento de experiências diferenciadas, reposicionamento de marca e estratégias de encantamento para o público de alta renda.
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