O Luxo em Estado de Cura
O que está por trás da obsessão wellness entre marcas e consumidores de alto padrão?
9 trilhões de dólares, é a previsão de movimentação da economia do bem-estar até 2028.
Em 2023 movimentou US$ 6,3 trilhões.
Hoje, o wellness já representa mais de 6% do PIB global. Ou seja: autocuidado virou big business. Já há cerca de 210 mil empresas wellness ativas no mundo.
O que está por trás:
1.Mudança cultural: autocuidado virou linguagem social — e socialmente exigida.
2.Nova demanda aspiracional: longevidade, sono, equilíbrio, nutrição e saúde mental são os novos objetos de desejo.
3.Busca por relevância: marcas precisam mostrar presença, propósito e cuidado real.
A nova ambição do luxo
Na era do burnout, viver com equilíbrio, autocuidado e longevidade é mais aspiracional do que ter — é sobre ser.
A ideia de “viver bem” se tornou mais aspiracional do que ostentar. Estar bem se tornou o maior símbolo de status.
- 82% dos consumidores nos EUA consideram o bem-estar uma prioridade.
- 87% dos chineses colocam saúde física e mental acima de outros desejos.
- 58% dos norte-americanos priorizam wellness mais do que há um ano.
O luxo, então, responde: com clubes, produtos e experiências voltadas à performance do corpo, da mente e da alma.
Mas não chame de wellness economy.
Chamá-la de Economia do Eu Expandido revela o autocuidado como tecnologia de expansão pessoal — uma lógica em que o bem-estar não é apenas manutenção, mas alavanca de potência individual. Dormir melhor, meditar, se suplementar ou fazer um retiro não são gestos de descanso, mas estratégias para performar mais, viver mais, conquistar mais. As marcas de luxo que compreendem esse deslocamento deixam de vender status e passam a entregar recursos de ampliação do ser.
O corpo se torna investimento — e o bem-estar, ativo de marca.
Como o luxo responde?
Nos últimos anos as marcas de luxo investiram pesado no bem-estar.
A Gucci lançou um anel biométrico em parceria com a Oura, revestido em ouro. A Dior colaborou com a Technogym para transformar halteres e esteiras em peças de arte utilitária. Já a Celine criou uma linha de Pilates com acabamento couture. A Louis Vuitton, por sua vez, incorporou itens esportivos — como cordas, halteres e yoga mats — à sua linha Art of Living, com o monograma como assinatura de estilo.
Não é só produto. É ambiente.
O Remedy Place é um clube social de bem-estar fundado por um médico, oferece terapias como crioterapia, ventosas e infusões intravenosas — tudo em ambiente elegante, silencioso e digital-free. Aqui, cuidar virou networking.
Quando o bem-estar é arquitetura de marca.
O grupo de academias Equinox inaugurou em Nova York um hotel wellness.
Iluminação circadiana, design acústico, climatização voltada ao sono profundo e curadoria alimentar projetados para traduzir bem-estar em experiência sensorial de alto padrão. O Equinox Hotel oferece um ecossistema de performance e regeneração contínua, atuando como um concierge de longevidade para o viajante contemporâneo — aquele que entende que saúde, estética e presença fazem parte da nova linguagem do luxo.
Wellness como linguagem de marca: Cuidar se tornou verbo competitivo.
Marcas estabelecidas estão adotando o wellness como mais uma ferramenta de diálogo. Paralelamente, surgem novas marcas já estruturadas nesse paradigma, com o DNA do bem-estar no centro da proposta de valor. Elas não adaptam o luxo ao wellness — elas nascem dessa fusão.
O resultado: um novo mercado, e o sucesso está na capacidade de tradução do Eu Expandido em experiência estética, ritual cotidiano e cultura de marca.
Em um cenário de excesso de oferta, o diferencial competitivo passa a ser: quem cuida melhor, conecta mais.
Você está vendendo um produto ou está oferecendo presença e expansão?Entre em contato para estudos de mercado, consultorias e treinamentos com foco em luxo e alto padrão.
Tamara Lorenzoni é consultora de negócios especialista no mercado de luxo e alto padrão.
Com formação internacional pela Domus Academy (Milão) e Regent’s University (Londres), atua com pesquisas de mercado, planejamento estratégico e gestão de marcas. No setor de hospitalidade, apoia hotéis, resorts e propriedades exclusivas no desenvolvimento de experiências diferenciadas, reposicionamento de marca e estratégias de encantamento para o público de alta renda.
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